terça-feira, julho 23, 2013

Love should form shapes, not lines

Ok: fuck! Como poderia saber o que fazer em uma hora dessas? Depois que tudo é "reduzido" a processos microscópicos que reverberam a carne e emanam energia em prol de nossos instintos mais básicos... você pode escolher entre lutar pelo melhor de um nada, pintado com arabescos românticos de negação, ou entregar-se à certeza definitiva de uma lâmina, no chão do seu banheiro, sem glamour algum. Pensava que a dúvida era minha maior motivação para viver, até descobrir que elas podem vir de duas possibilidades complementares. Entrei em pane.
Ele chegou quando já não haviam mais laços entre eu e o passado. Ele não era o cara mais bonito do mundo, mas tinha seu charme facilmente reconhecido, e tudo que se permitia extravasar, além dos discursos prontos, tinha um gosto especifico e agradável. Consenti uma certa frequência de pensamentos, ainda muito básica, quase retórica - estratégia batida. Uma tentativa mal sucedida de proteger aquilo que me fosse mais caro. Mas fui sugada por uma urgência de reciprocidade da parte dele. Lancei-me em um breve esquecimento das coisas, uma busca por novas referências. Abstração dos sentidos. Leviandade. Ruflando em minha pele o desejo por novas experiências... agregar significado ao nada.
E consegui... ou ele conseguiu. Não me interessa a ordem e sim o resultado. Sucedeu-se a tragédia. Eu como epicentro, desregulando o eixo de vidas mais sólidas que a minha... Sem vitimizações... Eu mereço levar a culpa por escolher jogar com minhas próprias regras. E nada mais justo que pagar o prejuízo com um pouco de tempo e uma rota reciclada.
O sentimento timidamente dosado se dissolveu. Percebi que apesar de toda a reviravolta, a solução quase não foi alterada. Ainda havia a Pâmela de três semanas atrás, contando os dias para aquela outra aventura. Aqueles outros braços... aquela outra pele. Alguém que tinha acesso a tudo que de mais perverso havia dentro de mim... um elemento complementar... capaz de quebrar-me as pernas toda vez que eu pensasse em fugir, não como um carrasco, mas como uma extensão de consciência. A outra aventura é quem eu escolhi amar por incapacidade de fazer diferente.
(From Jérémie's exclusive animation - grrrr)
Sim. Mas apesar de haver a Pâmela dele, não tinha como simplesmente negligenciar aquela pequena transformação que estimulou o surgimento de uma nova Pâmela. Não houve tempo o suficiente para alimentar suas necessidades devidamente... e ela anseia por atenção. Está cheia de desejos... se deixar ela morrer, corta-se a linha que resgata certezas latentes dentro de mim... E pela primeira vez em muitos anos, eu redescubro a fonte criativa que retroalimenta minha veia artística.
Por que preciso me sentir mal?
*E s c o l h a*
A impossibilidade de escolher entre dois pontos que divergem em uma única linha, por puro egoismo, impedindo que eu os dobre para criar uma forma original de área inexplorada. Cansei dessa constante dicotomia. Forçar escolhas onde aparentemente não há duvidas me faz desejar a "única certeza" ainda mais. Não é possível que um valor concebido pelo homem, tão abrangente como o amor, seja impossibilitado de irradiar para competir com as conveniências pessoais de cada um... minhas próprias... Ok... há um furo a ser tapado dentro de tudo isso, e talvez minhas certezas sejam falaciosas. No final das contas, a dúvida retorna pra dentro de mim. Que post inútil...

Um comentário:

roberto alvim disse...

o outro lugar está em nós.